Matteo Salvini (Liga), que seria o pretenso sucessor de Berlusconi no campo conservador e vem perdendo espaço para Giorgia Meloni (Irmãos da Itália)
A Itália foi um dos países mais atingidos pela pandemia, durante grande parte de 2020 liderou o número de mortes no mundo e viu sua economia ser duramente golpeada. Durante esse período o Primeiro-Ministro Giuseppe Conte (M5S) foi substituído (em 21 de fevereiro de 2021) por Mario Draghi (Independente).
O ex-Presidente do Banco Central Europeu (2011-19) então assumiu o cargo, com a perspectiva de realizar um “governo técnico”. A ideia era evitar a convocação de eleições no meio da Crise da Covid19, construindo assim um inédito governo composto por ministros das principais forças políticas do país (da direita a esquerda.
Desde então, questões tradicionais como a imigração, as finanças, a pobreza, o desemprego, a moradia, foram ofuscadas pelo grande número de mortes (mais de 131 mil) e casos (mais de 4 milhões) de Coronavírus.
Com a diminuição progressiva do impacto da pandemia na sociedade desde o início do ano devido à vacinação massiva, as medidas mais polêmicas de isolamento e o chamado Passaporte Verde (Green Pass) passaram a elencar os temas das eleições municipais.
Eleições Municipais 2021
Com as eleições nas comunas (prefeituras) adiadas por conta da emergência sanitária, a rodada eleitoral aconteceu no último fim-de-semana (3 e 4 de outubro) com um saldo favorável às forças progressistas.
Em um contexto de alivio das restrições pandêmicas, 1293 das 7903 cidades italianas foram ao voto, dessas 20 são capitais provinciais e algumas capitais de regiões (equivalente a Estados no Brasil). Dentre essas estão: Roma, Bolonha, Milão, Nápoles, Trieste e Turim.
Uma das maiores preocupações com essas eleições apontava para turbulência da divisão política que se instalou desde a última eleição em 2018, em que todos duvidavam sobre a sobrevivência eleitoral do PD; uma ascendência do Movimento 5 Estrelas (M5S); e o fortalecimento das forças de extrema-direita, a Liga Norte e o Força Itália sob o discurso anti-imigração. Pois bem, parece que esse quadro teve uma reviravolta favorável à esquerda, progressistas e independentes.
Essa situação é confirmada pela reeleição do prefeito de Milão e a eleição de alinhados em Nápoles, Bolonha entre outras cidades acima de 100 mil habitantes em primeiro turno; assim como, a presença de candidatas(os) no segundo turno em Roma, Trieste e Turim.. Das 20 capitais de províncias, a centro-esquerda já ganhou 6 enquanto a centro-direita só 3. As cidades que vão ao segundo turno terão até o fim desse mês os resultados.
A baixa média de participação dos votantes (54%) foi recorde e criticada principalmente pelas forças derrotadas até o momento, com destaque para os extremistas Matteo Salvini (Liga) e Giorgia Meloni (Irmãos da Itália), que disputam o espaço deixado por Berlusconi (Força Itália) no campo conservador.