A Itália vai volta a exigir um teste negativo à covid-19 a todas as pessoas que viagem desde países da União Europeia (UE), segundo uma portaria publicada hoje pelo Ministério da Saúde.
Esta determinação entra em vigor a partir de 16 de dezembro e dura até 31 de janeiro, com o objetivo de 'proteger' o Natal.
Itália atravessa uma nova vaga da pandemia de covid-19, com mais de 20 mil casos e 120 mortes nas últimas 24 horas. Os não vacinados que cheguem a este país devem cumprir, além do teste, uma quarentena de cinco dias, revela o mesmo documento assinado pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza, citado pela agência EFE. O Governo italiano prolongou o estado de emergência em vigor até pelo menos 31 de março, para conter os casos de covid-19, e vai ultrapassar os dois anos neste regime, revelaram hoje fontes oficiais à agência de noticias espanhola.
O Conselho de Ministros, presidido por Mario Draghi, teve que aprovar um novo decreto para prolongar o estado de emergência, uma vez que a legislação em vigor determinava o seu final em 31 de janeiro, ou seja, após o período máximo de 24 meses desde o seu início. O atual estado de emergência terminava em 31 de dezembro, mas a equipa de cientistas que assessoria o Ministério da Saúde já tinha recomendado a sua extensão pelo menos durante o inverno, deve ao aumento de casos e mortos em Itália.
Este novo decreto permite ao Governo tomar decisões mais rapidamente, mas também terá efeitos para os cidadãos, visto que a licença parental foi alargada no caso de terem filhos em quarentena e seja possível o teletrabalho. O estado de emergência foi decretado em Itália pela primeira vez em 31 de janeiro de 2020, após terem sido detetados dois casos de covid-19 em turistas chineses e 20 dias antes do aparecimento dos primeiros surtos na região da Lombardia, no norte do país. Os principais partidos da coligação governamental de unidade nacional, que apoiam o primeiro-ministro Mario Draghi desde fevereiro, decidiram prolongar o estado de emergência.
O partido de extrema-direita Liga, liderado por Matteo Salvini, tinha pedido tempo até ao último momento para tomar uma decisão, algo que não aconteceu. Também o partido de extrema-direita Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, manifestou-se contra a decisão considerado este "um problema para a democracia".
A pandemia de covid-19 está novamente a aumentar em Itália, que registou nas últimas 24 horas mais 20.677 casos, elevando o total para mais de 5,2 milhões de pessoas que já contraíram a doença, desde fevereiro de 2020.
Há ainda mais 120 mortos devido à covid-19, registo mais elevado desde 28 de maio, fixando o total em pelo menos 135.049 mortos. O Governo italiano adotou medidas para conter os novos casos, excluindo os não vacinados de atividades sociais como idas ao cinema, teatro, bares ou restaurantes ou viagens de comboio até 15 de janeiro, sendo exigido um certificado 'reforçado', concedido apenas para vacinados ou curados da doença. Cerca de 45,9 milhões de italianos já completaram o esquema vacinal contra a covid-19, o que representa 85,08% da população com 12 ou mais anos e 12 milhões já tomaram a dose de reforço. A partir de quinta-feira as crianças entre os 5 a 11 anos vão começar a ser imunizadas com a vacina da Pfizer.
A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 269 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.