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Brasil libertou quase dois mil trabalhadores da escravatura em 2021
Brasil
Publicado em 28/01/2022

Ao longo do ano passado, as autoridades brasileiras libertaram 1.937 trabalhadores que estavam em situação análoga à escravidão, o maior número desde 2013, após realizar 443 ações de controlo em todo o país, segundo relatório divulgado na quinta-feira a noite pelo Ministério do Trabalho. As autoridades brasileiras detetaram situações de trabalho escravo em 196 das fiscalizações (45% de todas as operações) e em 23 dos 27 estados brasileiros.

Minas Gerais foi a região do país com maior número de trabalhadores resgatados, com 768 vítimas liberadas, seguida por Goiás (304) e São Paulo (147).

O maior resgate de pessoas num único estabelecimento ocorreu no entorno do Distrito Federal, onde fica a capital Brasília, quando 116 trabalhadores trabalhavam em "condições degradantes na extração de palha de milho para fabricação de cigarros artesanais", segundo o Governo brasileiro.

O relatório também detalhou que 90% dos resgatados durante as ações de fiscalização eram homens, 28% tinham tinha idade 30 e 39 anos e 80% se declararam pretos ou pardos.

Dentre as atividades económicas com maior nível de exploração de trabalhadores, destacam-se os setores de cafeicultura, que contabilizaram 310 pessoas liberadas, cultivo de alho (215), produção de carvão vegetal (173) e serviço de preparo da terra para a lavoura (151).

Seguem os setores de cultivo de cana-de-açúcar e criação de gado para abate, que registaram 142 e 106 pessoas resgatadas da chamada escravidão moderna.

"Assim como em 2020, em 2021 os registos de trabalho escravo predominaram no meio rural, com aproximadamente 78% do total", afirmou o relatório.

Os trabalhadores resgatados no Brasil receberam um total de 10,2 milhões de reais (1,6 milhão de euros) de indenização, valor que supera três vezes o total de pagamentos em 2020.

O Ministério do Trabalho brasileiro também informou que em 2021 mais de 1.800 crianças estavam em situação de trabalho infantil no Brasil, das quais quase metade (48%) exercia profissões que figuram na "lista das piores formas de trabalho infantil".

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