Desafiando uma proibição de entrar em greve, milhares de enfermeiros em batas brancas e com máscaras cirúrgicas marcharam em direção ao parlamento australiano para denunciar as condições de trabalho.
A multidão de enfermeiros cantou e aplaudiu para demonstrar o descontentamento pela contínua falta de camas e equipamento hospitalar e a fadiga causada por uma pandemia que começou há mais de dois anos.
Empunhando cartazes com slogans como "os enfermeiros não chegam" ou "Os 'obrigados' não servem para pagar a renda", os manifestantes criticaram os líderes políticos, que acusam de ignorar os seus problemas.
Os enfermeiros australianos trabalham há dois anos sob um rigoroso protocolo de saúde enquanto tentam equilibrar as tarefas diárias com um programa sem precedentes de vacinação contra a covid-19.
O número de casos de coronavírus disparou nos últimos meses, sobrecarregando os hospitais e reduzindo as equipas à medida que os enfermeiros adoecem ou têm de ficar em isolamento.
"As pessoas precisam de ouvir a verdade, o número atual de pessoal não é adequado, é perigoso e coloca os pacientes em risco", disse a Associação de Enfermeiros e Parteiros do estado de Nova Gales do Sul.
Em resposta, o Departamento de Saúde de Nova Gales do Sul agradeceu aos enfermeiros pelo "trabalho incansável durante os dois anos da pandemia de Covid-19".
Num comunicado, o departamento lembrou que "há mais enfermeiros e parteiros em hospitais públicos de Nova Gales do Sul do que em qualquer outro momento da história".
O enorme continente-ilha fechou as fronteiras em março de 2020 e implementou uma política rigorosa de testes e rastreamento para se proteger da pandemia da covid-19. Mas a chegada da variante Ómicron tem resultado em dezenas de milhares de novas infeções e de mortes por dia.
Desde o início da pandemia, a Austrália registou quase 2,5 milhões de casos e 4.664 mortes para uma população de 25 milhões.
A covid-19 provocou pelo menos 5.813.329 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência de notícias France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.