Alguns dos números que marcam a invasão russa até hoje, com base em informações fornecidas por fontes governamentais, organizações internacionais e agências noticiosas: Um milhão de refugiados
O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, avançou hoje que a invasão russa da Ucrânia provocou, até à data, o êxodo de mais de um milhão de pessoas para os países vizinhos, sobretudo Polónia, Hungria e Moldova. As Nações Unidas temem, no entanto, que em breve o número possa ascender aos quatro milhões.
12 milhões de pessoas irão precisar de ajuda humanitária
As Nações Unidas estima que 12 milhões de pessoas na Ucrânia irão precisar de ajuda e de proteção. Para enfrentar este cenário, a ONU e as suas organizações parceiras lançaram, na terça-feira, um apelo de urgência para arrecadar 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros) destinados à ajuda humanitária para a Ucrânia.
Mais de 2.000 civis mortos
As autoridades de Kiev divulgaram, na quarta-feira, que as tropas russas mataram mais de 2.000 civis desde o início da invasão. Um aumento significativo relativamente ao anterior balanço, que apontava para a morte de mais de 350 civis, incluindo crianças. Na mesma comunicação, as autoridades ucranianas não precisaram o número de baixas militares.
Já o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) apresenta números substancialmente mais baixos e refere que pelo menos 227 civis, incluindo 15 crianças, foram mortos e outros 525 ficaram feridos na invasão da Rússia à Ucrânia.
498 soldados russos mortos na guerra
O Ministério da Defesa russo admitiu na quarta-feira, pela primeira vez desde a invasão iniciada no dia 24 de fevereiro, a morte de 498 soldados russos na guerra, além de 1.597 militares feridos. Um número que difere significativamente do avançado pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que afirmou que terão morrido, até ao momento, cerca de 9.000 militares russos.
Moscovo também avançou que as baixas entre as forças ucranianas ascendem a 2.870 mortos e a cerca de 3.700 feridos, indicando ainda que, no total, destruiu mais de 1.500 alvos militares.
450 milhões de euros da UE para armar exército ucraniano
Numa decisão histórica, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) deram aval, no passado fim de semana, a um pacote de 450 milhões de euros para financiar o fornecimento de armas letais ao exército ucraniano.
"Decidimos usar as nossas capacidades para fornecer armas, armas letais, assistência letal, ao exército ucraniano com um pacote de apoio no valor de 450 milhões, a que acrescem mais 50 milhões para fornecimento de material não letal, designadamente combustível e equipamento de proteção", anunciou no passado domingo, em Bruxelas, o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell.
1,2 mil milhões de euros da UE em ajuda de emergência
O Conselho da União Europeia adotou um pacote de ajuda de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões de euros. Hoje, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em visita à Roménia e à Eslováquia, anunciou que o bloco comunitário vai doar 500 milhões de euros em ajuda humanitária a Kiev.
Por seu lado, os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram 54 milhões de dólares (cerca 48,1 milhões de euros) de ajuda humanitária suplementar à Ucrânia.
141 países na Assembleia-Geral da ONU condenaram a invasão russa
Um total de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas aprovaram, na quarta-feira, uma resolução que condena a invasão russa da Ucrânia.
Numa sessão especial da Assembleia-geral da ONU, a resolução, que "deplora" a agressão russa contra a Ucrânia e "exige" a Moscovo que ponha fim a esta intervenção militar e retire imediatamente e incondicionalmente as suas tropas do país vizinho, teve apenas cinco votos contra (Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia) e 35 abstenções, incluindo as de Angola e Moçambique.
39 países forneceram informações ao Tribunal Penal Internacional (TPI)
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), o britânico Karim Khan, revelou, na quarta-feira, que já iniciou a recolha de provas sobre alegados "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade" na Ucrânia depois de receber informações por parte de 39 países, incluindo Portugal.
"Estas comunicações permitem ao meu gabinete prosseguir com a abertura de uma investigação sobre a situação na Ucrânia a partir de 21 de novembro de 2013", indicou um comunicado divulgado pelo TPI.
Karim Khan esclareceu que estas comunicações abrangem "quaisquer alegações passadas e presentes de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio cometidos em qualquer parte do território da Ucrânia por qualquer pessoa".
702 indivíduos e 53 entidades alvo de sanções da UE
A lista de pessoas singulares e coletivas alvo de sanções da UE -- designadamente congelamento de ativos e proibição de viajar para ou pelo espaço comunitário -- no quadro da agressão militar russa à Ucrânia ascende já a 702 indivíduos e 53 entidades.
Na lista constam, entre outros, os nomes do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, do ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev e, mais recentemente, de 22 altos funcionários militares bielorrussos.