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Brasil x Argentina: esquema de segurança não previa separações entre torcidas
Esporte
Publicado em 23/11/2023

Com episódios recentes de violência entre torcedores de clubes brasileiros e argentinos, o clássico entre as seleções teve briga antes de começar nas arquibancadas. Foi no setor Sul, atrás do gol de Alisson, onde estavam concentrados os argentinos, mas sem qualquer separação dos brasileiros.

Oito torcedores foram levados ao Juizado Especial Criminal no estádio do Maracanã, na briga nesta terça-feira à noite, antes da bola rola pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa de 2026.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Briga generalizada na arquibancada atrasa início do jogo entre Brasil e Argentina

A briga começou antes da bola rolar durante os hinos nacionais. Depois de muita confusão, a Polícia Militar e os seguranças particulares, que eram cerca de 800 colocados para a partida, fizeram barreira humana para separar os argentinos.

 

Na reunião prévia de segurança, na última quinta-feira - com participantes da Polícia Militar, Ministério Público, Consórcio Maracanã, de outros agentes públicos e da Ferj, ficou definido apenas que os torcedores argentinos seriam direcionados para o setor Sul, mas sem acesso exclusivo. O que acontece em jogos entre clubes.

Confusão entre torcedores de Brasil e Argentina no Maracanã — Foto: AFP

Confusão entre torcedores de Brasil e Argentina no Maracanã — Foto: AFP

A CBF informou ao ge que a operação da partida é do consórcio Maracanã, operado pela dupla Flamengo e Fluminense desde abril de 2019. A CBF não enviou representante na reunião na Ferj na semana passada - um gerente de segurança da Brax, parceira da CBF, foi na federação carioca de futebol -, mas fez outras reuniões posteriores.

 

Na madrugada desta quarta, a CBF se manifestou por meio de nota oficial. Confira abaixo na íntegra.

ge tentou contato com o Consórcio Maracanã, que informou da responsabilidade das vendas ser da CBF e acrescentou que nunca houve separação entre torcidas em jogos entre seleções no estádio.

Seguranças contratados pelo Maracanã separam brasileiros e argentinos em cordão humano depois de briga — Foto: Raphael Zarko

Seguranças contratados pelo Maracanã separam brasileiros e argentinos em cordão humano depois de briga — Foto: Raphael Zarko

As autoridades de segurança colocaram cerca de dois mil agentes envolvidos na operação da partida. O número é praticament eo mesmo da decisão Fluminense e Boca Juniors, disputada 4 de novembro também no Maracanã, mas na ocasião com separação das torcidas. Antes da final da Libertadores, houve dias seguidos de brigas pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro.

 

 

Conflito

 

A organização do jogo, inclusive, virou assunto quente nos bastidores. A CBF dispensou a Ferj da operação da partida, que, após a reunião da última quinta-feira sobre segurança da partida, enviou ofícios ao diretor geral do Maracanã, Severiano Braga, se eximindo da responsabilidade da partida.

O caso é parte de atrito entre Ruben Lopes e Ednaldo Rodrigues. Rubinho, como é conhecido, é vice-presidente da CBF.

Os portões foram abertos às 18h30, mas do lado de fora não houve incidentes registrados, com clima pacífico, embora muitos torcedores argentinos chegassem com uniforme e cores da sua seleção escondida por baixo da camisa.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Torcedores de Brasil e Argentina se envolvem em confusão no Maracanã

 

Além de 800 seguranças particulares, o efetivo do policiamento de estádios (Bepe) previsto era de 650 policiais militares, mais 102 homens e 32 viaturas do 6º Batalhão da Polícia Militar designados e 240 guardas de controle urbano.

Confira abaixo a nota oficial divulgada pela CBF:

"A Confederação Brasileira de Futebol vem prestar os seguintes esclarecimentos sobre os incidentes ocorridos no jogo Brasil x Argentina, realizado nesta terça-feira 21/11/2023, no Maracanã, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA 2023.

É importante esclarecer que a organização e planejamento da partida foi realizada de forma cuidadosa e estratégica pela CBF, em conjunto e em constante diálogo com todos os órgãos públicos competentes, especialmente a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Todo o planejamento do jogo, em especial o plano de ação e o de segurança, foram sim debatidos com as autoridades públicas do Rio de Janeiro em reuniões realizadas entre as partes.

Os planos de ação e segurança foram aprovados sem qualquer ressalva ou recomendação pelas autoridades de segurança pública presentes (Polícia Militar RJ, SEPOL, Ministério Público, Juizado do Torcedor, Guarda Municipal, CET-RIO, Subprefeitura, Concessionária Maracanã, SEOP, etc.), dentre as quais a Polícia Militar do RJ, na primeira reunião realizada na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), no dia 16 de novembro de 2023, às 11:00h. Além dos planos de ação e segurança, os participantes da reunião trataram também de toda a montagem da operação da partida, contando com a participação de todas as partes diretamente envolvidas e responsáveis pela organização da partida e autoridades públicas.

 

Na segunda (20), o plano operacional para o jogo foi igualmente aprovado sem qualquer ressalva ou recomendação na reunião realizada no Estádio Maracanã, com a presença da CBF, representantes da CONMEBOL, da Polícia Militar RJ, das empresas responsáveis pela operação do Maracanã, e que operam mais de 70 jogos no estádio por ano, e outras autoridades públicas.

A realização da partida com torcida mista sempre foi de ciência da Polícia Militar do RJ e das demais autoridades públicas, pois é o padrão em competições organizadas pela FIFA e CONMEBOL, como ocorre nas Eliminatórias da Copa do Mundo, na própria Copa do Mundo, Copa América e outras competições. Outros jogos entre Brasil e Argentina, até de maior apelo, como a semifinal da Copa América de 2019, também foram disputados com torcida mista. Não se trata de um modelo inventado ou imposto pela CBF.

Ou seja, todo o plano de ação e segurança foi elaborado e dimensionado já considerando classificação do jogo como vermelha e com a presença de torcida mista, tanto que atuaram na segurança da partida 1050 vigilantes privados e mais de 700 policiais militares da Polícia Militar RJ.

Portanto, a CBF reafirma que foram cumpridos rigorosamente o plano de ação, de segurança e operação da partida, tal qual foram aprovados pela Polícia Militar RJ e demais autoridades.

 

Por fim, a única recomendação recebida pela CBF de qualquer autoridade pública ao longo de todo o período que antecedeu a partida entre Brasil e Argentina, foi uma recomendação do Ministério Público, da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Ordem Urbanística da Capital, para que 'NÃO realizem partidas de futebol no ano de 2023 com o formato de disponibilização da carga total de ingressos através de um tíquete eletrônico apresentado mediante exibição do aparelho de telefonia celular, tal como ocorrido na partida da final da Copa Libertadores no dia 04 de novembro de 2023” e que “Exijam no ano de 2023 dos torcedores que se aproximem das catracas a exibição de evidência física (tíquete de papel e/ou cartão de sócio torcedores) de que o torcedor possui um tíquete de ingresso para se aproximar das catracas do Estádio Mário Filho – Maracanã, de modo a evitar a invasão de torcedores que não possuam ingressos para assistir à partida.'"

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