As motivações dos ataques do ISIS na terça-feira (3) podem ser o ódio contra os xiitas e pelo grupo considerar Irã uma teocracia xiita, descrevendo o país como “politeísta”, conforme destacou Nic Robertson, editor de Diplomacia Internacional da CNN.
No comunicado em que assumiram a responsabilidade pelas explosões, o grupo disse que matou “politeístas xiitas”, sendo que o ISIS é predominantemente uma organização sunita.
A declaração também alertou quem eles apelidaram de “politeístas” de que os “mujahideen estão à espreita deles e de seus projetos”.
Em entrevista à Reuters, Aaron Zelin, especialista do grupo de reflexão do Instituto Washington para Políticas do Oriente Próximo, também pontuou que o Estado Islâmico nutre ódio pelos xiitas, que considera apóstatas, realizando ataques contra esse grupo no Afeganistão.
Além disso, o caso aconteceu durante cerimônia do quarto aniversário da morte do comandante militar iraniano Qasem Soleimani, que liderou ataques contra o Estado Islâmico, o que pode explicar outra motivação para o ataque.
Ainda assim, o ISIS não deu evidências de que foi o responsável pelos atentados, tendo inflado o número de mortes e dito que o ataque foi feito com homens bomba.
Entretanto, autoridades disseram que uma das bombas estava em uma case, acionada remotamente.
Irã promete vingança
Teerã prometeu vingança pelo ataque, o mais mortal desde a Revolução Islâmica de 1979. As duas explosões também feriram 284 pessoas, incluindo crianças.
“Uma retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de Soleimani”, disse o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, a repórteres em Kerman.
As autoridades iranianas convocaram protestos em massa para sexta-feira (5), quando serão realizados os funerais das vítimas das duas explosões, informou a mídia estatal.
O Corpo da Guarda Revolucionária do Irã descreveu os ataques como um ato covarde “que visa criar insegurança e procurar vingança contra o profundo amor e devoção da nação à República Islâmica”.