As buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) entram no terceiro dia nesta sexta-feira (16). Ao todo, mais de 300 agentes de segurança trabalham desde a quarta-feira (14) para recapturá-los.
Estão empenhados:
100 agentes da Polícia Federal;
100 agentes da Polícia Rodoviária Federal;
100 agentes das forças policiais locais (civil e militar);
3 helicópteros (1 da PRF, 1 da PF e 1 da Secretaria de Segurança Pública do RN);
Drones (com equipamentos termais) e cães farejadores.
Buscas nas proximidades da penitenciária federal de Mossoró — Foto: Isaías Fernandes/TCM/Cedida
Foram enviados 25 integrantes do Comando de Operações Táticas da PF (COT), unidade de elite da PF, e 7 policiais do Grupo de Resposta Rápida da PRF (GRR).
Pistas
Uma casa que fica a 7 km do presídio foi invadida entre 18h e 21h de quarta. Os criminosos levaram roupas, sapato e outros itens pessoais. Na madrugada desta sexta (16) roupas e pegadas foram encontradas por policiais na zona rural de Mossoró. O morador da casa confirmou que uma colcha encontrada na mata é dele. "A polícia esteve aqui, mostrou as fotos pra mim, e a colcha é minha, o resto não", disse.
O policiamento foi reforçado na área.
Na manhã desta sexta a força-tarefa que busca pelos dois fugitivos encontrou uma camiseta de uniforme de presidiário na Zona Rural de Mossoró.
Forças de segurança procuram fugitivos da penitenciária de Mossoró (RN)
Em entrevista concedida na tarde desta quinta-feira (15), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que acredita que os fugitivos permanecem próximos ao presídio após a fuga, num perímetro de até 15 km até o centro da cidade de Mossoró.
"É um local de matas, uma zona rural, e nós imaginamos que eles estejam homiziados ainda naquela região, porque pelas vídeo câmeras nós não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram as grades do presídio", disse o ministro.
O ministro relatou que havia uma reforma sendo executada no presídio e que as ferramentas não foram armazenadas de forma correta, o que as deixou mais disponíveis aos presos.
Além disso, o ministro confirmou que algumas câmeras de segurança não estavam funcionando no momento da fuga e ainda acrescentou que luzes do presídio também estavam desligadas.
O Secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André de Albuquerque Garcia, foi enviado para Mossoró, onde passou a trabalhar em uma sala de situação - ao lado de representantes de outros órgãos - na Delegacia da Polícia Federal em Mossoró. Nesta quinta (15), ele afirmou que as buscas seguem ativas por 24 horas e que a recaptura é prioridade.
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Recaptura dos fugitivos é prioridade, diz secretário nacional de Políticas Penais
Primeira fuga da história
Pela primeira vez no Brasil, um presídio de segurança máxima do sistema penitenciário federal registrou uma fuga.
O sistema foi criado em 2006 e conta com cinco presídios de segurança máxima. O presídio de Mossoró foi o terceiro a ser inaugurado pela União, em 2009.
Mapa da Penitenciária Federal de Mossoró. — Foto: Arte g1
Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.
Rogério da Silva Mendonça roubou uma moto em 18 de fevereiro de 2021 no Acre. No dia 22 do mesmo mês, assaltou um motorista de aplicativo. Três dias depois, foi preso em flagrante com uma arma de fogo após investigações e foi levado ao Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira (AC). A polícia pediu a prisão preventiva dele após esses crimes.
Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
Detentos são do Acre e foram transferidos em setembro, dois meses após rebelião que deixou cinco mortos — Foto: Reprodução
Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.