O presidente da Rússia Vladimir Putin deve viajar à Coreia do Norte para uma visita de dois dias a partir de terça-feira (17), disse o Kremlin, na primeira viagem do presidente russo ao país em mais de duas décadas -– e no mais recente sinal de um alinhamento cada vez mais profundo que suscitou preocupação internacional generalizada.
Esta é uma rara viagem ao exterior para Putin desde que a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia começou em 2022 e um momento chave para o presidente norte-coreano Kim Jong-un, que não recebeu nenhum outro líder mundial em Pyongyang – uma das capitais politicamente mais isoladas do mundo – desde a pandemia de Covid-19.
Espera-se que a visita, observada de perto, amplie ainda mais uma parceria florescente entre as duas potências, que se baseia na animosidade partilhada em relação ao Ocidente e impulsionada pela necessidade de apoio de Putin na sua guerra em curso contra a Ucrânia.
Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros países acusaram a Coreia do Norte de fornecer ajuda militar substancial ao esforço de guerra da Rússia nos últimos meses, enquanto os observadores levantaram preocupações de que Moscou possa estar violando sanções internacionais para ajudar Pyongyang a desenvolver o seu nascente programa militar de satélites.
Ambos países negam as exportações de armas norte-coreanas.
Estados Unidos estão preocupados com a visita
A Casa Branca expressou preocupação, nesta segunda-feira (17), com o que chamou de aprofundamento do relacionamento entre a Rússia e a Coreia do Norte.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse aos repórteres que a visita do presidente russo a Pyongyang na terça-feira (18), parecia fazer parte de uma “ofensiva de charme” pós-eleitoral de Putin.