Os preços dos principais produtos relacionados às férias escolares registraram avanço médio de 3,81% em 12 meses encerrados em julho, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), publicado nesta sexta-feira (26).
A pesquisa considerou 12 itens da cesta que compõe o Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV).
No mesmo período do ano anterior, essa mesma cesta acumulava 5,66% de alta em 12 meses, enquanto a inflação geral era de 2,22%.
Segundo a FGV, o resultado foi influenciado principalmente pelo aumento em itens do grupo de alimentação fora do domicílio. Ao excluir esses itens da cesta básica, a “inflação de férias” seria cerca de 2,7%.
Na gama de produtos, a pesquisa destacou aumento de itens para aproveitar o período fora de casa, com encarecimento do açaí (7,93%), doces e salgados (5,65%) e refeições em restaurantes (4,22%).
Serviços, como entretenimento e lazer, também ficaram mais caros, com teatros e cinemas subindo 5,65% e 4,68%, respectivamente.
Para Matheus Dias, economista do Ibre/FGV, os números da cesta de férias se devem a resistência dos serviços ao processo de desinflação em curso na economia brasileira.
“Os serviços de alimentação na cesta, como bares, restaurantes e lanches, tiveram a maior contribuição para a inflação de férias. Esses itens estão ligados não apenas à
pressão pelo lado da demanda que ocorre desde o pós-pandemia, mas também pelo lado da oferta com aumentos nos preços dos alimentos e pressão do câmbio”, explica.
“Os comércios acabam repassando o aumento de custos dos insumos para o consumidor final como forma de manutenção das margens”.
*Sob supervisão de Gabriel Bosa