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Veja o que se sabe sobre o ataque ao assentamento do MST
Brasil
Publicado em 13/01/2025

Na noite da última sexta-feira (10), criminosos atacaram o assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. A ação deixou oito pessoas baleadas — duas morreram no local.

Anteriormente, o MST havia informado que o ataque ocasionou três mortes, sendo uma delas após um período de internação. Mais tarde, o Movimento recuou, destacando o total de duas vítimas fatais.

As vítimas foram socorridas e encaminhadas para o Hospital Regional de Taubaté e Pronto Socorro de Tremembé. Em coletiva, o delegado Daniel Lourenço Von Gal, delegado da Seccional de Polícia Civil de Taubaté, disse que uma mulher ferida está em estado grave de saúde.

Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado (11), o homem suspeito de ter chefiado o ataque, conhecido como “Nero do Piseiro”. O homem já tinha passagem por porte ilegal de arma de fogo e confessou o crime. O acusado participou da ação e foi reconhecido pelas vítimas e é apontado como responsável intelectual do ataque.

Até o momento, o ataque deixou dois mortos. Gleison Barbosa, de 28 anos, e Valdir Nascimento, conhecido como Valdirzão, de 52, morreram no local.

Da esqueda para a direita, Gleison Barbosa e Valdir Nascimento.

Seis pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas no Hospital Regional de Taubaté e no Pronto Socorro de Tremembé.

Motivo do crime

A investigação indica que motivação teria sido um desentendimento sobre comércio irregular de terreno dentro da área de assentamento Olga Benário.

Em nota, o MST afirma que “o local enfrenta uma intensa disputa com a especulação imobiliária voltada para o turismo de lazer, devido à sua localização estratégica na região do Vale do Paraíba”.

organização também diz que as famílias assentadas sofrem ameaças constantes, mesmo após denúncias às autoridades.

Polícia busca criminosos envolvidos

Testemunhas disseram que foram ameaçadas por uma pessoa chamada Ítalo — esse é o segundo identificado pela política por atuar no ataque. Em depoimento, Nero do Piseiro contou à polícia onde moram outras pessoas envolvidas no crime. De acordo com o MST, 10 criminosos entraram no assentamento. A polícia ainda busca saber o número exato de pessoas envolvidas.

Os agentes da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté buscam identificar os outros suspeitos de envolvimento no ataque.

Polícia Civil de Taubaté investiga o caso registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.

Apreensão de armas

Foram apreendidas armas brancas e munições de calibres diversos, incluindo escopetas. No local, foram apreendidos:

  • 1 rastelo
  • 1 enxada
  • 1 picareta
  • 4 facas
  • 5 estojos calibre 12
  • 17 estojos aparentando 9 mm

Na noite do crime, outro homem foi abordado no local e autuado em flagrante por porte ilegal da arma. Segundo a polícia, ele teria ido socorrer às vítimas após o grupo sair da propriedade.

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