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China diz que guerra tarifária ‘não tem vencedor’ e que vai ‘revidar até o fim’ se Trump insistir
A declaração veio após a ameaça de Donald Trump de taxar em mais 50% os produtos chineses, caso o país não retire as taxas anunciadas como retaliação ao ‘tarifaço’ até as 13h desta terça-feira (8).
Publicado em 10/04/2025 01:00
Mundo

O Ministério do Comércio da China afirmou que o país "vai revidar até o fim" caso os Estados Unidos continuem a impor tarifas sobre as importações. A declaração veio após a ameaça de Donald Trump de taxar em mais 50% os produtos chineses, caso os chineses não derrubem tarifas de importação para produtos americanos, anunciadas como retaliação ao “tarifaço”.

O comunicado, divulgado na madrugada desta terça-feira (8) pelo horário local, noite de segunda-feira no horário de Brasília, afirmou que a imposição das chamadas “tarifas recíprocas” pelos EUA contra a China é “completamente infundada e representa uma típica prática unilateral de intimidação”.

 

Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, reforçou a visão de que ninguém ganha em uma guerra comercial.

 

“Não há vencedores em uma guerra comercial ou uma guerra tarifária. O protecionismo não oferece saída", disse.

 

"Se [os EUA] persistirem em desconsiderar os interesses comuns de ambos os países e da comunidade internacional e insistirem em escalar o conflito comercial e tarifário, a China, como sempre, lutará até o fim", completou.

 

Trump fez novas ameaças

 

Após o anúncio de retaliação por parte dos asiáticos, Trump deu o prazo até as 13h, no horário de Brasília, para a China retirar as tarifas extras de 34% sobre produtos americanos.

 

"Se a China não retirar seu aumento de 34% sobre seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os EUA imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril", publicou Trump em sua rede social.

 

"Além disso, todas as negociações com a China sobre suas reuniões solicitadas conosco serão encerradas", afirmou no post.

Na contramão da ameaça, a China já havia ameaçado mais cedo aumentar a retaliação contra os EUA, em resposta à ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações chinesas.

 

Segundo a Associated Press, o governo chinês afirmou que pretende “tomar contramedidas de forma resoluta para salvaguardar seus próprios direitos e interesses”. A China já adotou tarifas retaliatórias desde o anúncio do tarifaço.

“As contramedidas tomadas pela China visam salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, além de manter a ordem normal do comércio internacional. Elas são completamente legítimas”, afirmou o Ministério do Comércio.

 

“A ameaça dos EUA de escalar as tarifas contra a China é um erro sobre outro erro e expõe mais uma vez a natureza de chantagem dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem em seguir por esse caminho, a China lutará até o fim", finalizou.

 

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Lin Jian, colocou em dúvida as tentativas de diálogo por parte dos EUA em coletiva de imprensa. "Não creio que o que os EUA fizeram reflita uma disposição para o diálogo sincero. Se eles realmente quiserem isso, devem adotar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuos", disse.

Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim — Foto: Tingshu Wang/Reuters

Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim — Foto: Tingshu Wang/Reuters

 

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Como as tarifas recíprocas de Trump foram calculadas?

 

Mercados se recuperam após colapso

 

As principais bolsas de valores asiáticas se recuperaram da sequência de fortes quedas e fecharam em alta nesta terça, após Trump subir o tom na guerra comercial contra a China.

Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas:

 

  •  Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,51%
  •  CSI 1000, da China, subiu 0,61%
  •  Nikkei 225, do Japão, subiu 6,01%
  •  Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,26%
  •  Nifty 50, da Índia, subiu 1,69%

 

 

Na segunda, os índices em todo o mundo haviam despencado em razão do tarifaço de Trump e da retaliação chinesa.

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