Offline
Morreu a fotojornalista italiana que retratou a máfia siciliana
Itália
Publicado em 14/04/2022

 

Letizia Battaglia nasceu em Palermo em 1935, começou a trabalhar no jornal siciliano L'Ora em 1969, onde se tornou na primeira mulher fotógrafa e onde chegou a editar.

 

 

A fotojornalista tornou-se conhecida ao expor, nas páginas dos jornais e em galerias, a criminalidade da Sicília, os assassinatos cometidos pela Máfia italiana, sobretudo na década de 1980 e 1990, e muitas das suas fotografias, hoje consideradas históricas, foram usadas pela justiça contra organizações criminosas.

 

Battaglia também testemunhou a pobreza e a miséria de Palermo, ao retratar sobretudo crianças e mulheres, em imagens a preto e branco captadas com uma Leica.

 

Em 2007, quando inaugurou uma primeira exposição em Portugal, Letizia Bataglia afirmou à agência Lusa que se considerava uma "cronista do quotidiano", de uma realidade marcada pela brutalidade dos assassinatos da máfia siciliana.

 

"Era inevitável eu cruzar-me com a máfia, porque ela estava na cidade e eu do outro lado com a máquina fotográfica", recordou.

 

A fotógrafa, que com uma Leica chegou a noticiar cinco homicídios num só dia, escolheu a fotografia como uma extensão da sua luta pela liberdade, pela justiça e "pelos que não se podem defender".

 

"Fotografava com grande emoção e com uma raiva que crescia cada vez mais. Uma pessoa nunca se consegue habituar", admitiu Letizia Battaglia, que se recusou a fotografar vítimas das organizações criminosas desde que o juiz, e seu amigo, Giovanni Falcone foi assassinado em 1992.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!